REFORMA AGRÁRIA : DE 1000 PARA 0.1
Agosto 2023
Residência Artística: Resiliência, Arte e Agricultura
Silo - Arte e Latitude Rural, Serrinha do Alambari, Itatiaia, Rio de Janeiro
com o apoio do Shuttle, Plaka Porto
'Reforma Agrária: de 1000 para 0.1' foi a apresentação final da residência da Silo.
Demarcámos um grande quadrado no chão e enchemos os perímetros escavados cheios de farinha de milho transgénico. Começámos por destribuir ripas de bambú a todos os visitantes e entrámos para o quadrado. Estávamos todos numa lamela de microscipio de 20mm.
No ar, ouviam-se instruções para desenho. Começámos por riscar a terra compactada, pouco a pouco, com base em simples operações geométricas. Descrobiam-se as primeiras formas de vida na terra: bacterias e leveduras; decompositores unicelulares.
O quadrado passou então a representar um latifúndio de 1000 hectares. O extrativistmo contra a terra, os agrotoxicos, os transgénicos e outras armas imperiais que violentamente limitam a rede da vida à sua base mais simples.
Com a ajuda de todos os visitantes, cobrimos o quadrado com composto feito de estilha de árvores variadas das bermas dos jardins da Silo reinoculando, com uma grossa cama de matéria orgânica, a terra com as camadas de vida microbiológica que estavam em falta.
Servimos então comida feita com plantas perenes: mandioca, chuchu, inhame, yacon, cana de macaco, tradiscância, gengibre da mata atlântica… Estas vivem vários anos e por isso não é necessário criar distúrbios do solo durante a sua produção, como o que acontece com as plantas anuais. Para além das perenes, as anuais que introduzimos foram espontâneas, encontradas na mata da serrinha durante passeios: serralha, azedas, tanchagem, trevos, oxalis, barba-de-falcão e petalas de várias asteraceae.
As folhas de bananeira nas quais servimos a comida mediam 12cm de lado, exatamente 1000 vezes menores que o grande ringue de 12m. O tamanho da folha representava o terreno de um camarada amigo que fomos visitar no assentamento Roseli Nunes do MST, no qual, em apenas um décimo de um hectare, se colhia quase tudo o que a família precisava e ainda havia para vender.
Ocupou-se então a grande fazenda provando sonhos de biomas diversos e resilientes que produzem alimento de qualidade para todos os seres vivos que os habitam.
Residência Artística: Resiliência, Arte e Agricultura
Silo - Arte e Latitude Rural, Serrinha do Alambari, Itatiaia, Rio de Janeiro
com o apoio do Shuttle, Plaka Porto
'Reforma Agrária: de 1000 para 0.1' foi a apresentação final da residência da Silo.
Demarcámos um grande quadrado no chão e enchemos os perímetros escavados cheios de farinha de milho transgénico. Começámos por destribuir ripas de bambú a todos os visitantes e entrámos para o quadrado. Estávamos todos numa lamela de microscipio de 20mm.
No ar, ouviam-se instruções para desenho. Começámos por riscar a terra compactada, pouco a pouco, com base em simples operações geométricas. Descrobiam-se as primeiras formas de vida na terra: bacterias e leveduras; decompositores unicelulares.
O quadrado passou então a representar um latifúndio de 1000 hectares. O extrativistmo contra a terra, os agrotoxicos, os transgénicos e outras armas imperiais que violentamente limitam a rede da vida à sua base mais simples.
Com a ajuda de todos os visitantes, cobrimos o quadrado com composto feito de estilha de árvores variadas das bermas dos jardins da Silo reinoculando, com uma grossa cama de matéria orgânica, a terra com as camadas de vida microbiológica que estavam em falta.
Servimos então comida feita com plantas perenes: mandioca, chuchu, inhame, yacon, cana de macaco, tradiscância, gengibre da mata atlântica… Estas vivem vários anos e por isso não é necessário criar distúrbios do solo durante a sua produção, como o que acontece com as plantas anuais. Para além das perenes, as anuais que introduzimos foram espontâneas, encontradas na mata da serrinha durante passeios: serralha, azedas, tanchagem, trevos, oxalis, barba-de-falcão e petalas de várias asteraceae.
As folhas de bananeira nas quais servimos a comida mediam 12cm de lado, exatamente 1000 vezes menores que o grande ringue de 12m. O tamanho da folha representava o terreno de um camarada amigo que fomos visitar no assentamento Roseli Nunes do MST, no qual, em apenas um décimo de um hectare, se colhia quase tudo o que a família precisava e ainda havia para vender.
Ocupou-se então a grande fazenda provando sonhos de biomas diversos e resilientes que produzem alimento de qualidade para todos os seres vivos que os habitam.