a fundo na paisagem
como transformar um pátio de cimento num jardim agroflorestal
Junho - Setembro 2024
Exposição a solo no Mira Forum, Porto Fevereiro - Março 2024 Exposição a solo e almoço comunitário Galeria Antecâmara, Lisboa em parceria com o The Lisbon Consortium, Universidade Católica Portuguesa Agosto 2022 - 2023 Intervenção pública, atividades e documentação do processo CCOP, Porto Projeto desenvolvido em parceria com a Galeria Municipal do Porto para o programa Pastos e Pastos da Galeria Energia, com residência na Galeria do Sol Apoiado pela Fundação Calouste Gulbenkian e pelo Coliseu do Porto A intervenção pode ser consultada online na edição Gestos da revista Wrong Wrong |
O que separa um pátio de cimento de uma abundante agrofloresta? Para entrar terra adentro é preciso, antes de mais, saber-se que um pode vir a ser o outro. Levantaram-se lajes e picou-se o alcatrão, peneirou-se cascalho, adicionou-se matéria orgânica, prepararam-se compostos sólidos e líquidos, devolveram-se os micro-organismos em falta e semeou-se o amanhã. Todos estes gestos ficaram também gravados para que possam ser reproduzidos no futuro.
Foi em Agosto de 2022 que se iniciou a intervenção no pátio da associação CCOP, (Porto), gerando um grande burburinho sobre o futuro dos dois metros por trinta que se planeavam abrir. Desde então, fizeram-se entrevistas aos sócios para um futuro filme e questionários sobre as espécies que compõem as várias camadas agroflorestais que poderiam vir a existir. Receberam-se doações de árvores, arbustos, trepadeiras, plantas aromáticas e sementes. Fizeram-se oficinas de compostagem, de microbiologia da terra e de alimentação a partir de regimes agroflorestais. Com o cimento, granito e cascalho que sobrou, apoiados por alguma rede de aço, fizeram-se bancadas de apoio ao jardim. Entretanto, a vida toma o seu próprio curso fazendo avançar a implacável sucessão ecológica rumo à floresta milenar. Acumulam-se ciclos de abundância crescente e lá vai a paisagem, sendo o que pode, transformada pelas nossas ações, mas principalmente informada pelo que não se vê e que vive mesmo debaixo dos nossos pés. |